segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Por que Aníbal, vitorioso, não atacou Roma e evitou a destruição de Cártago?


Uma das principais fontes documentais da guerra anibálica é Tito Lívio, historiador e cidadão romano. É de certo modo impressionante a riqueza de detalhes com que Tito Lívio descreve as táticas, manobras e os ardis do grande Aníbal nas primeiras batalhas da segunda Guerra Púnica. A batalha de recontro do Tesino, o combate do Trébia, as batalhas (massacres) do lago trasímeno e de Canae.

Em todas elas,vitória do gênio de Aníbal. Nessas batalhas,Aníbal demonstrou porque é considerado até hoje um dos maiores comandantes, estrategistas e táticos da história. Imaginem o quanto deve ter sido doloroso para Tito Lívio descrever o sofrimento de seus patrícios,quando Aníbal invadiu a Itália através dos Alpes. Por outro lado,parece que Aníbal ao mesmo tempo causou incrível fascínio em todos os historiadores da época,inclusive nas fileiras do oponente.

Há relatos de que o grande general romano Cipião o Africano, vencedor de Aníbal em Zama, teria deixado Aníbal fugir após a batalha. Aníbal não realizou sonho de seu pai(Amílcar Barca): vingar a derrota de Cartago na primeira guerra púnica e destruir Roma. Mas seus feitos militares foram dignos de serem colocados acima ou igual aos maiores gênios da arte da guerra em todos os tempos. Nunca a civilização romana esteve tão ameaçada.

Após a retumbante, massacrante e incontestável vitória em Canae, onde Aníbal aniquilou mais de 70.000 legionários romanos, o caminho de Roma ficou livre. Naquele triste dia para os romanos, Aníbal passou ao fio da espada 8 legiões romanas. É considerada a maior derrota militar romana de todos os tempos. Por isso naquele dia Roma esteve por um fio de cabelo.
Vale lembrar que Roma levou para o campo de batalha um exército quase duas vezes maior que o de Aníbal.

Mas naquele dia também, Aníbal teria cometido seu maior pecado: deixar de marchar sobre Roma com sua tropa vitoriosa. Roma possivelmente estaria com sua defesas fracas e fatalmente poderia ser submetida a uma operação de cerco. Até hoje ninguém consegue explicar. Esta guerra foi tão importante que hoje ao invés de falarmos Português, poderíamos estar falando um dialeto Púnico ou Fenício.

Mas,o grande mistério é: "Por que Aníbal,vitorioso,não atacou Roma,e evitou a destruição de Cartago?"

Muito se discute ainda sobre isso.Alguns historiadores dizem que foi pelo fato de Cartago não ter enviado à Aníbal os reforços necessários que esse precisaria para recompor seu exercito,honrar a promessa feita ao pai e destruir Roma.Essa demora,na decisão de mandar ou não reforços foi decisiva no resultado final da 2ª Guerra Púnica,pois além disso Aníbal não havia consigo armas de assalto para transpor as muralhas de Roma.

Outro fato importante que não deve ser ocultado é que,existia em Cartago uma situação politica bem diversa(o que viria a ser fatal),onde havia a disputa entre diversos grupos.Alguns eram favoráveis ao conflito e outros invez,favoráveis à conciliação com Roma.Essas divisões,e essa indecisão,certamente acabou refletindo no investimento e na mobilização dos reforços que Aníbal solicitava.

Conclusão:Essa manobra de Aníbal continua sendo um dos grandes enigmas da história,pois não há explicação.Isso para muitos é a prova de que a história não é mecânica,há espaços para o acaso,mas que ainda assim,é uma ciência,embora cientifica,hermenêutica.

O porque então,acredito que jamais saberemos...

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